Três dias se passaram, em meio à floresta sinistra que cobria meus rastros, tive a mim e minhas asas somente. Neste tempo pensei no que acontecera, como parecera normal a situação. Eu tinha asas, o que mais iria descobrir de mim mesmo?
Continue lendo...Antes de tudo isso acontecer só me lembro de alguns anos, anos que passei em aldeias tocando e ganhando migalhas para poder comer, então decidi viver de aldeia em aldeia. Deveria ter feio algo de mais impressionante na minha existência. No entanto decidi viajar, ser impiedoso, não amar ou ser amado, somente sobreviver, uma péssima escolha eu diria agora.
Neste ponto da historia já dominava as asas. Não tinha força suficiente nos novos membros para poder me sustentar, mas aprendi a batê-las contra o chão. Comi pouco, estava fraco demais para caçar animais rápidos, uma lebre em três dias, algumas frutas e o encosto de uma árvore piedosa e viva entre o solo infértil, mas, nem todas as posições eram confortáveis, minhas asas – como é estranho dizer isso – doíam como se estivessem quebradas. Os dias foram longos e as noites frias.
O caminho não mudara nenhum pouco, desde que ganhara os novos brinquedos só caminhei entre paisagens macabras, só agora podia ver vida brotar de terra marrom. Frutas estavam penduradas aos montes durante a viajem. Desfrutei de cada sabor e senti a vida voltar ao meu corpo, infelizmente...
Ao longe vi o que fizera aquela trilha ser tão terrível, ela terminava em queda brusca, no fim cicatriz, um fio de água cortante, que por pouco não chegaria as vistas. Não pensem que sou idiota, eu tinha asas, porque temê-las?
Certo, eu iria, mas sem minhas preciosas tralhas, se nu não consegui erguer-me. Só com meu manto amarrado a cintura, tentei novamente, e novamente fiquei no chão, mas, não tinha o que temer. Confesso agora a vocês que nesse tempo que passou após as revelações ao pé da árvore, onde a mulher veio a mim, tive vontade de matar-me, porque temer a queda que talvez abraçasse meu desejo? Então peguei impulso, sabia o que fazer, tinha de ser como uma flecha, tinha de alcançar o outro lado. Então corri, só quando meus pés perderam o solo percebi a distancia que teria que saltar, provavelmente, 150 metros. Não tive medo, era como se conhecesse a resistência do ar, então o acariciei com minhas asas, era como instinto, eu sabia o que fazer. Diferente do que pensei meu corpo cansou rápido, algumas batidas, um sorriso desconfiado na cara e a sensação de alivio crescente. Meu corpo teve de ficar rígido, somente as assas trabalhando, não posso deixar de dizer que foi uma cena linda, em algumas das minhas canções hoje descrevo aquela cena como a melhor sensação que os anjos podem ter, se não, a única.
Pisei com força no outro lado, meu corpo tremia e suava. Mas pela primeira vez em tempos pude sorrir, ciente que não fora um pouso magnífico e mesmo assim o sorriso não saia do rosto. Não entendia a sensação, mas conheci um pouco de mim mesmo naquele momento.
Dédalo de Lianeth
2 comentários:
Bom como diria, só pulou de um lugar aoutro nao aconteceu quase nada ... ainda nao matou minha curiosidade u,u agora ele ainda se sente machao fodedor pq tem asas, ai meu dues >_<
Dédalo Dédalo , esse vai dar o que falar
XD
Faz algum sentido O.o ?
Quero ler só qnd tiver tudo terminado assim nao fico curioso u.u
eu nao li a parte I, vou ler agora... xD
ms, juro que eu pensei que ele nao fosse conseguir atravessar...
enfim, cansei soh de ver o esforço dele!
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