Perto demais da cerca
Onde eu estava?
Eu me vi
Eu estava perto da cerca e observava-me
Mas não fiz nada, e depois daquele dia não pude nunca mais ajudar alguém. Eu vi crianças prestes ao suicídio e vi a dor nos olhos das prostitutas assassinadas, eu não fiz nada...
Sempre estive perto de tudo
Os acontecimentos
Eu podia levantar a mão
Podia fazer um movimento simples e pronto
Mas amarraram meus braços, assim como segaram meus olhos. Eu poderia me levantar e correr tentando insanamente acertar com uma das mãos o agressor, o causador do medo, mas ele a mim também afetava. Eu tremo quando lembro do escuro, por mais que tente não sentir medo...
Sou fraco como um graveto
Mas não o preciso de coragem
Eu poderia andar sobre as minhas conspirações
Assim eu abraçaria alguém com amor a morte
Meu nome se perdeu entre alguns bueiros da rua cinco. Minha mente tenta lembrar de um passado, mas o cheiro de álcool me atrai para o presente, só posso me ter aqui. Minhas roupas são largas e o cabelo é sujo, talvez amanha compre roupas novas. Hoje sou muito pouco, insignificante. Se em algum momento oferecer minha mão desconfie, tenho medo da morte senhor...
1 comentários:
Legal!
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