Os pequenos pesinhos pisavam mansos os degraus frios pelo inverno. O que a fizera levantar, criança doce e pequenina, fora o barulho na cozinha, como se um gato gatuno entrasse para surrupiar comida. Um sopro de ar fez os pequenos pelos do pescoço arrepiar, seus olhinhos curiosos encheram-se de água, e olharam pelo cantinho da porta entre aberta da cozinha.
A luz fraca da rua, iluminada pela lua, acendia a cozinha. Uma sombra pequenina se formava no chão, perto da porta do porão, que ficava a poucos metros da saída. O formato de um gato não lhe parecia, e a curiosidade só crescia – o que seria? – pensou a menina. Suas mãozinhas seguraram firme a porta, empurrando de mancinho para traz. A sombra mexia-se, como se percebesse a porta. Então correu e escondeu-se, e não mais podia ver a sombra.
Entrou pé por pé na cozinha. No balcão uma lata de sardinhas. Atrás dela a marca de uma patinha, de gato ela imaginara. Procurou-o pela cozinha e nada, então o procurou pela sala, mas outra vez fracassara, então logo se voltou para as escadas.
No final da escadaria, viu a menina o gato que procurava. Era diferente, de cara ela notara. Seus olhos eram amarelos como a lua que iluminava também a sala, o pelo cinza com manchas pretas nas patas. Olhar entediado estampava sua cara, e o da menina se iluminava com um sorriso – lhe achei danadinho! – e então nada mais lhe ocorria.
O gato desceu pata por pata, a menina subiu pé por pé. Quando ela já o alcançava, ele abrira sua pequena boca – aposto que não pensou que eu falava... – a menina assustada com a surpresa, desequilibrou-se da escada. Caiu degrau por degrau, quebrando seu corpinho frágil em cada osso. Então o gato se pôs a descer, com o corpo morto e estirado aos pés da escada, pela janela que entrara sairia...
Assinado Gato Macabro
2 comentários:
Muito perfeito esse texto *_*
Tinha que continuar
fazer um livro
Contos do Gato Macabro =-)
CURTINHos assim mesmo, Bem legal!
ahwm
tão cute
gatu danadinhu >.<
o gatu não é macabro, ele é bonitinho até XD~
Postar um comentário